As Sagradas Escrituras nos narram o amor de Deus para com o seu povo. E para caminhar junto ao seu povo, ele escolhe pessoas para que possam ser junto à comunidade um sinal de amor e da manifestação de toda a sua bondade e misericórdia. Assim, vemos no Antigo Testamento a figura dos sacerdotes e profetas que ensinam os caminhos para o cumprimento da Aliança entre Deus e o seu povo escolhido.
Com a entrada de Jesus Cristo na história da humanidade, temos uma revelação plena do rosto de Deus, temos o acesso ao trono de Deus, somos alimentados pelo próprio Deus. É ele que nos garante estar junto de nós até o fim do mundo.
Jesus é o Sumo Sacerdote por excelência que entrou no mais Santo dos Santos para ali oferecer-se a si mesmo como hóstia viva de louvor e suave odor em sacrifício pelos nossos pecados e pela nossa salvação.
E é Jesus quem chama um grupo de 12 para o seguirem mais de perto e depois chama mais outros 72 para serem instrumentos de anúncio e preparação dos lugares e das pessoas para o receberem. Ressuscitado da morte, ele os envia em seu nome a pregarem a todas as nações.
Pede que se peçam a Deus os operários para a continuidade de sua missão. Aí estão também os sacerdotes. O sacerdócio é de Cristo que recebido em seu nome continua a proclamação do amor de Deus por toda a humanidade.
Desta forma também São Gilberto foi chamado pelo próprio Senhor para essa missão, apesar de toda a sua debilidade humana para ser um anunciador do Reino de Jesus.
Primeiramente, é preciso compreender que o sacerdote foi chamado por Deus. Não é uma vocação que alguém escolhe, porque se julga apto para tal, ou porque acha interessante. A escolha é de Deus, e o seu chamado não se discute. Por isso, o sacerdócio é um privilégio, imerecido. Quando da eleição dos Apóstolos, e também dos discípulos, Jesus passou a noite em oração. Pela manhã, Ele escolheu os que queria para o seu grupo, com os quais fundou a sua Igreja, que subsistirá até o fim dos tempos.
São Gilberto achava-se indigno de ser ordenado sacerdote, mas como é a graça de Deus que atua ...Como seguidores de Cristo, os Apóstolos tiveram que deixar tudo: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de mim” (Mt 10,37). Trata-se da doação integral da pessoa e da sua capacidade de amar, para que Cristo dela disponha em favor dos mais necessitados: os pobres, os pecadores, os que sofrem de múltiplas carências, os que nos procuram para aconselhamento. Para estar disponível a tudo isto, permanentemente, é preciso ter um amor exclusivo. São Paulo diz, claramente: “O solteiro cuida das coisas que são do Senhor, de como agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo, procurando agradar à sua esposa” (1Cor 7,32-33). Portanto, tem um coração dividido. O padre não pode viver assim.
O seu ministério de sacerdote começa junto ao seu bispo em Lincoln e depois será vivido na sua paróquia de Santo André em Sempringham e nas várias fundações por ele realizadas. São Gilberto viveu intensamente seu ministério em favor da comunidade e de seus religiosos. Era um homem de oração, de penitência, de recolhimento, de pobreza e castidade evangélicas, tinha as virtudes necessárias para poder ocupar-se com as coisas de Deus, da Igreja e de sua Ordem.
Aprendeu a doação total e plena por causa do Reino. Perdeu a vida em favor de todos para conquistar a Cristo, o dom maior. Foi sacerdote para o povo e em favor do povo. Foi um homem apaixonado pela sua missão. O seu amor, as suas energias, a sua competência, tudo estava a serviço das ovelhas do seu rebanho.
São Gilberto de Semprinham, presbítero e confessor, rogai por nós!
"O sacerdote é o amor do Coração de Jesus. Quando virdes o padre, pensai em Nosso Senhor Jesus Cristo".
São João Maria Vianney
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