sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Carta de São Gilberto aos monges do Priorado de Malton

           

         "Gilberto de Sempringham, pela misericórda de Deus, tudo o que ele é, ou melhor o que já foi, aos seus queridos filhos, os cônegos e irmãos de Malton, salvação eterna no Senhor com as bênçãos de Deus e as minhas próprias.
            Enquanto isto me é permitido e enquanto a misericórdia de Deus me concedia com a habilidade, eu ocasionalmente usava de retribuir uma visita a vocês como aos meus mais caros filhos; e deste modo ensinar, como compete, meus conhecimentos e meus poderes, eu gostaria de convocar e direcioná-los ao amor de Deus.
          Óh, que sorte teria coroado meus esforços! Mas agora eu estou inteiramente privado das forças corporais, assim que passar desta vida na carne, eu devo partir desta vida escondida que tem sido amarga e fatigante para mim por muito tempo. E porque de agora em diante eu não serei mais capaz de falar com vocês face a face, eu não hesito nesta forma de escrever para impulsioná-los o mais fortemente que eu possa: pelo amor de Deus e pela salvação de vossas almas prestem mais meticulosa atenção ao divino amor que vocês possuem até agora, por tornar a segurar, exaltando a verdade e a justiça, e guardando as regras e tradições de vossa Ordem. E vocês podem fazer isso o mais cuidadosa e fortemente porque vocês são livres dos assuntos que ocupam outros na Ordem, e por que vocês tem a oportunidade de exercitar a disciplina dentro da Ordem de modo que a teimosia dos outros possa ser prevenida.
          Por isso é por que eu tenho particularmente trazido vocês juntos, que nossa Ordem possa ser protegida e exaltada através da severidade de nossa observância religiosa. Se vocês pensam que meu cuidado os tem ajudado de alguma forma, não recusem a conceder-me o prêmio de meus trabalhos: com devotas orações sinceramente implorem que Deus em Sua misericórdia para que não entre no julgamento sobre mim mas em Sua grande benevolência possa ao invés ver um meio para apagar meus pecados e garantir-me o repouso eterno.
          A vocês que eu deixo para trás, eu dou e transmito a paz e a misericórdia de Deus, juntamente com as bênçãos de Deus bem como as minhas próprias. Pela autoridade confiada a mim por Deus, até onde eu posso, eu também absolvo todos aqueles que vão no futuro amar nossa Ordem e defender a unidade de nossa congregação, de todas as ofensas que, através de ignorância, fraqueza, negligência, ou desprezo, eles possam cometer contra as regras de nossa Ordem.
      Mas aqueles que conspirarem para trazer divergência e discórdia em nossa comunidade devem saber que minha absolvição pode ser imprestável para eles, ao menos que eles sejam penitentes e cheguem à uma conveniente penitência, é claro que eles permanecem culpados aos olhos de Deus. 
         Entretanto, eu não suspeito que alguns de vocês dessa falta, mas sou confiante  no Senhor a respeito de vocês todos, que de agora em diante vocês estarão mais atentos do que até agora em executar todas as vossas tarefas que relacionam-se para a salvação das vossas almas, ajudados como vocês são pela graça de nosso Salvador; e assim minha alegria em vosso companheirismo serão acrescidos na presença de Deus. 
      Possa Ele tomar conta para providenciar muita alegria, cujo reino e poder perduram para a vida eterna. Amém"               


Priorado de Santa Maria em Malton

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