segunda-feira, 9 de julho de 2012

São Gilberto e a ordem de Sempringham

         




           Que a ordem de Sempringham, que tem suas origens em uma comunidade de reclusos fundada pelo ano de 1131, era uma ordem bem diferente, em muitos aspectos, não há nenhuma dúvida.  Primeiro, a metade de suas fundações eram casas duplas, isto é, eram comunidades em que cônegos e monjas, irmãos e irmãs viviam, trabalhavam e oravam juntos. Segundo, estavam restritas num espaço geográfico: a maioria das fundações estavam presentes nas dioceses de Lincoln e York, e não houve muito sucesso em expandir as fundações fora da Inglaterra. Finalmente, a ordem tinha um único sistema de governo, mantido por um único indivíduo.
           O Mestre da Ordem de Sempringham era responsável por cuidar das finanças, administração e disciplina de cada casa, bem como, reconciliar ambas as disputas dentro da ordem e com as fora das casas. Ele admitia novos membros e recebia suas profissões religiosas, e era responsável pelo apontamento e dispensa da maior parte dos funcionários. Em adição, o Mestre também executava uma função cerimonial, como cabeça da ordem e a ligação simbólica entre as metades masculinas e femininas  da ordem: ele sozinho poderia entrar nas celas femininas não acompanhado; ele sozinho era responsável por dar permissão a outros entrarem nas celas femininas ou falar com elas. Finalmente, ele também representava os interesses corporativos em relação aos outros grupos como a Coroa e o Papado.
             De fato, Gilberto tinha desejado ser mais um asceta e pároco, mas tornou-se líder de uma cominidade religiosa. Ele descreve seu ativo compromisso em criar e apoiar uma comunidade religiosa. Isto levanta  a questão de que sorte de comunidade Gilberto desejava fundar. Ele descreve uma comunidade de homens, talvez vivendo  juntos conforme os votos de pobreza e obediência, sob sua liderança. Não há nenhuma menção de um desejo de solidão e isolamento, nem aparece também ser um seguimento espontâneo  desenvolvendo ao redor de um líder carismático, que usualmente marca um grupo eremítico. Em adição, o grau de consciência envolvido e a referência para um grupo de homens vivendo juntos sob um voto talvez aponte para o desejo de fundar uma comunidade de cônegos.
             Assim pelos anos 1130, quando um grupo de sete mulheres reclusas reunidas na igreja de Santo André em Sempringham, sob a guia do seu reitor, Gilberto, foi nestes tempos de rápido crescimento da ordem que teve um impacto de uma nova forma de vida religiosa na Inglaterra. Os anos 1130 foram um importante, se não pivô de uma década na história do monasticismo inglês, a fundação de uma comunidade em Sempringham coincidiu com o início de uma expansão do monasticismo, especialmente no norte.
            A primeira casa cisterciense na Inglaterra, Waverley, foi fundada em 1128, seguida da fundação importante de Rievaulx (1132) e Fountains (1133) no condado de York. Os anos de 1130 também viram um florescimento de proliferação de fundações da ordem de Savigniac. Ainda nos anos de 1130 haviam poucas fundações de qualquer tipo na nova reorganização da diocese de Lincoln. Assim, no início de 1130, haviam poucas comunidades das quais Gilberto poderia tirar alguma inspiração, e que seriam apropriadas para a sua situação. 
             Ele era familiar com  a vida da catedral e canônica, tendo estudado em Laon e recebido as ordens em Lincoln, mas estas experiências providenciaram pouca ajuda para o líder de um grupo de reclusas. Uma caminho mais promissor foi providenciado pela tradição nativa de grupos de anacoretas ou reclusas  que tinham deixado alguns traços na história, mas que eram talvez a opção mais acessível para aqueles que desejavam liderar uma vida religiosa, especialmente as mulheres.
            Assim, foram as buscas de São Gilberto para formar a comunidade de Sempringham com o apoio do bispo Alexandre de Lincoln e foundou a ordem com a ajuda de Santo Elredo de Rievaulx. A primeira fundação estava feita: Sempringham.             

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