quarta-feira, 29 de maio de 2013

São Gilberto nas escolas


            Foi ao término do reino de nosso primeiro William que Gilberto nasceu, mas o ano exato é desconhecido.1 Seu pai, senhor Joceline, era um cavaleiro normando, e um bom soldado, cujos serviços tinham sido recompensados por muitos donativos de terra no condado de Lincoln, e especialmente com o senhorio de Sempringham naquele condado. Ele era provavelmente um dos cavaleiros, ou nobreza inferior do reino.2
         Sua mãe era uma senhora saxônica, um filha de um proprietário livre, e da mesma linha de seu marido. Ele é assim em primeira instância da mistura dos sangues normando e saxão, e assim, como ser visto mais tarde, seu caráter tinha algo mais da simplicidade da raça de sua mãe, ainda que certa jornada aventureira no continente mostrasse que ele tinha também alguns do espírito dos homens de sua família, que vieram desta terra para ganhar a Inglaterra, o sul da Itália e a Sicília.
Mas pouco é conhecido sobre seus pais, e eles logo desaparecem de sua história, assim que muito provavelmente morreram antes de ele ter atingido a idade da masculinidade. Tudo isso aparece de seu cronista é, que eles viveram em seus estados “no meio de seu povo”. Um pouco antes de seu nascimento, é dito que sua mãe sonhou que a lua tinha descido do céu, para repousar sobre seu seio; e seu discípulo viu nisto um presságio que sua infância, fraca, doentia e repugnante como o crescente da nova lua, era destinado pela graça do Sol da justiça a expandir em plena forma da órbita da claridade.
Em todos esses eventos é certo que, como criança, ele não era o favorito com aquilo sobre ele. Suas recordações de sua infância, como ele usava depois, em extrema idade adulta, para contar aos seus cônegos, eram muito dolorosas. Ele era fraco, singelo, e tímido; seu pai não via nele nenhuma qualidade, nem de mente, ou corpo, para torná-lo um soldado. Ele era assim, “por divina providência, em sua jovem idade”, destinado para ser um clérigo; não tinha sido em sua infância doentia, ele podia ter sido em todos seus dias um barão estúpido, gastando todo seu tempo em tristeza, com armadura em suas costas. Ainda aqui, entretanto, ele não parece em princípio ter encontrado seu ambiente; como muitas crianças ele desgostava de seus livros, e por um longo tempo ele parece ter sido permitido ficar fora de si como ele queria. Seus traços eram doentios, e nada é dito em sua história sobre o amor de sua mãe.
Ele era visto um pouco mais do que um idiota, e ele costumava dizer de si mesmo que os muitos servos podiam duramente sentar à mesa com ele tão era negligenciado e desprezado. Assim Deus protegeu-o da falsidade das riquezas, por isto é expressamente dito que seu pai era um homem rico. Ele foi nutrido na escola da pobreza e humilhação, e a aparência triste de sua doentia e desagradável infância apoiou-se sobre ele através de sua vida, moderando o desejo de prosperidade.
            Com é freqüente o caso com crianças melancólicas, as reprovações de seus amigos, ou da expansão natural de sua mente, produziu uma reação repentina, e ele começou a aplicar a si mesmo a estudar. Seus pais vendo-o tomar seu turno determinaram enviá-lo a Paris;1 de lá então no princípio da juventude ele foi, para os principais centros de ensino na Europa. Nossa própria Oxford, entretanto mais antigo como centro de ensino que Paris, não tinha ainda atingido sua celebridade.
Ela era uma forte e bela cidade, com seus castelos erguendo-se alto no meio dos cursos de água com tudo sem fechá-los,2 mas isto era então melhor também como proteção bélica para ser um grande centro de estudos, e tinha que estender também muitos sítios ante os ataques eminentes. Nem, de fato, era Oxford mesmo um centro intelectual da Europa, como era Paris; assim o Arcebispo de Cantuária era “o Papa das longínquas terras”, assim tinha Oxford um mundo próprio, com intelectuais tão ativos quanto perspicaz como qualquer um que regia nas escolas do continente. Mas Paris tinha, mesmo nos tempos de Gilberto, suas quatro raças, uma das quais incluía também o extremo oriente.3  Para Paris então e não para Oxford, foi Gilberto; e ele podia, tinha agradado-o, ter  encontrado alimento suficiente para sua curiosidade, para as disputas entre  os Realistas e os Nominalistas que tinham começado já a serem ouvidos nas escolas de Paris. Roscelinus, o oponente de Santo Anselmo, tinha ensinado em Pari; e lá estava uma pessoa naquele tempo na França cujo nome tinha se difundido tanto como chefe dos Nominalistas.
Pedro Abelardo era ainda um jovem, embora cerca de dez anos mais velho que Gilberto. As carreiras dos dois, entretanto, seriam muito diferentes; as condições das escolas eram banidas da vida de Gilberto; e não é conhecido quem era o seu mestre, se Bernardo de Chartres, ou William de Champeaux, ou Abelardo mesmo. Nada, entretanto que ele era em tempos depois, um professor distinto na Inglaterra, mas isso não era a vontade de Deus que o intelecto pudesse ser a mais proeminente parte de seu caráter.     Tudo isso é dito de seus estudos na escola de Paris é, que ele completou por sua diligência pelo desperdício de seus primeiros anos, e “recebeu um talento abundante de aprendizagem”. Mas provou ser uma boa escola de disciplina para ele, e uma mudança marcou o acontecimento de seu caráter; ele tinha que lutar pela pobreza, porque seu pai, apesar de toda sua riqueza, deu, todavia um pobre sustento ao seu filho que o tinha desapontado. De novo, em meio a todos os perigos que o cercavam, por uma severa pureza, ele ofereceu seu corpo como um sacrifício ao Senhor, e assim a graça de Deus treinou-o para o trabalho que ele estava destinado a realizar na Igreja.
            Não é conhecido quanto tempo ele permaneceu em Paris, mas ele retornou à Inglaterra com o grau de mestre e com licença para ensinar.1 Ele não era daqueles que permaneceram sobre as montanhas de Santa Genoveva, disputando repetidas vezes novamente sobre as velhas questões, que eram para ser encontradas por seus amigos depois de um longo ano depois sem um pouquinho avançado do ponto de onde eles começaram. Nem ele reparou como fez muitos estudantes naqueles dias, a Salerno, para exercitar mais tarde a mais proveitosa arte da medicina. Nem de novo ele procurou as cortes de rei ou prelado para fazer sua fortuna. Ele nem mesmo procurou o claustro, muito menos lá, como disse o secreto satírico 2 das escolas, conter seu coração orgulhoso sob o capuz de São Bento e libertar a si mesmo da disciplina conventual, por mantendo sua velha profissão. Ele retornou para a Inglaterra, para seu lar na casa de seu pai, e abriu uma escola, ou, para dar a si mesmo seu próprio título, ele tornou-se um mestre regente.
            Neste tempo, um mestre de escola era um gomem de grande importância; sua pessoa era tão inviolável quanto à de um clérigo,3 e ele era considerado como um personagem meio eclesiástico. Este ofício era o passaporte para o favor de reis e para a dignidade eclesiástica. Dois regentes de escolas de Bec neste tempo sucessivamente sentaram-se nos tronos de Cantuária; Geoffrey, o mestre de escola de Santa Catarina, tornou-se abade de Santo Albano, onde uma grande biblioteca 4 tinha recentemente sido armazenada nos armários pintados por Paulo, o primeiro abade normando, e uma terra inteira reservada para sua manutenção. A educação no país estava então encarregada sobre as velhas escolas que tinham sido conectadas com os mosteiros e as catedrais e outras igrejas.5 Ninguém poderia ensinar sem uma licença, e isto era para ser obtido de qualquer mestre que ele mesmo era o administrador de uma escola. 6 
             Algumas vezes um secular regia uma escola de monges, e um monge podia reger uma escola secular,1 mas todas estavam sob o controle e o patrocínio da Igreja, como os decretos para sua proteção testifica 2  e isto era considerado quase simonia para levantar dinheiro para uma doação para uma escola, e ninguém podia mesmo alugar sua escola para um outro mestre. As universidades estavam continuamente enviando mestres, que montavam escolas para si mesmas; e a igreja o mais rápido possível, nos tempos do Papa Alexandre III, fortalecia as autoridades das velhas escolas, em ordenar que cada capítulo da catedral pudesse reservar um benefício para o mestre da escola, “porque a igreja de Deus, como uma mãe pia, é obrigada a providenciar para o pobre, a fim de que a oportunidade de leitura e salutar a eles mesmos pudesse levar longe deles”. Ao mesmo tempo, o mesmo papa 3 encoraja até o máximo para o estabelecimento de novas escolas, onde os mestres poderiam necessariamente ser pagos pelos alunos, por medo sob um anátema de algum dignitário da catedral de extorquir dinheiro para uma licença, de alguns daqueles que desejavam organizar uma escola, provido ele de apenas o necessário.
            Desta maneira estava a situação na qual Gilberto estava localizado; ele tinha que achar seu jeito de volta ao lar de sua juventude, onde ele viveu negligenciado e desprezado, mas ele era agora muito mais uma pessoa importante do que quando ele partiu e era considerado por seu pai como um filho degenerado. Agora todo o condado a redor, de uma grande distância, vinham para ouvir o novo doutor de Paris. Não apenas garotos estavam sob seu cuidado e jovens tornaram-se seus ouvintes, mas garotas e senhoras também vinham para ser instruídas por ele.  Mulheres não estavam em atraso no entusiasmo intelectual neste tempo. Aprender era uma questão romântica, uma terra desconhecida, na qual mesmo as mulheres poderiam partir e fazer descobertas.  A bem conhecida Heloísa irá suceder a todas, e as filhas de Manegold, um mestre celebrado em seus dias, ensinavam filosofia para aquelas de seu mesmo sexo.
Aqui, então, Gilberto encontrou-se a si mesmo numa situação de grande responsabilidade. A obscura vila de Sempringham tinha rapidamente, através de seus recursos, levantou-se de um salto para uma ampla escola.  Seu pai não mais o via como um descendente indigno, e encontrou aquilo que ele podia ser beneficamente e mesmo honestamente empregado sem quebrar ossos em torneios o caça e caçadas em suas terras.  Ele por essa razão, ao invés de abandoná-lo para juntar aos poucos uma subsistência precária de seus alunos, apoiados por ele com suas posses, e isto capacitou Gilberto a assumir uma autoridade sobre seus alunos, que ele não poderia de outro jeito ter mantida. Ele caminhava vestido como o filho do senhor de Sempringham, mas todo o tempo ele era um coração de monge, e ele começou imediatamente a formar seus alunos em associação, que poderia salvá-los dos perigos nas quais as situações os expunham. Não contente em ensiná-los o trívio 4 e o quadrívio, ele tornou-se seu guia espiritual, e sujeitava-os a uma espécie de disciplina monástica. 
  Conhecendo como um respiro poderia arruinar a beleza inocente da infância, e ainda como facilmente a santa disciplina pode excluir o conhecimento do mal ate que a alma esteja forte o bastante para lutar contra ele, ele ensinou-os a consagrar seu tempo todo a Deus. Os meninos dormiam juntos no mesmo quarto, onde eles poderiam ser controlados; ele ensinou-os reverência na igreja, e em certos tempos e lugares um silêncio religioso era observado, e eles tinham condicionado tempos para estudo e oração. Ele estava agora muito feliz do que ele tinha sido antes, amado e honrado em seu próprio lar, e o guia de crianças felizes e de um grupo de jovens e senhoras, que louvavam a Deus sob sua direção.












1 Ele estava com  acima de cem anos de idade quando morreu, em 1189.
2  Os Bolandistas tem supostos de que Gilberto foi conectado com Gilbert de Gant, um grande barão que veio com William, o Conquistador, cuja prima era sua esposa. Eles, entretanto, não têm nenhuma razão para dar por sua opinião, exceto que ele era chamado Gilberto, e que a família de Ghent, receberam o baronato de Folkingham, perto de Sempringham. Isto irá depois aparecer, que Joceline não era um arrendatário in capite, e, portanto não um dos grandes da nobreza do reino, e que ele recebeu as terras de Sempringham deste Gilberto. Ele é aqui chamado miles , e não comes,  e isso é observável que em outro lugar, a vida latina de Gilberto em Dugdale, diz, que Gilberto era “de plebe electus” – Vit. S. Gil. Ap. Mon. Angl., vol. Vi. Pp. 2,14. O conquistador não era por algum motivo particular como parece ser a nobreza dos homens que ele empregava, nem, de fato, eram seus sucessores, como seus filhos Henry, de quem foi dito ter sido encontrado de baixa companhia,
1 Ele é dito ter ido in Gallias, que provavelmente implica Paris. Poderia não ser Normandia, por que o autor da vida de Gilberto usa Neustria. John de Salisbury, quando ele relata sua ida afora para estudar, diz que ele foi in Gallias, e apenas aparece incidentemente que ele significa Paris.- Metalog. I. 10.
2 Gesta Stephani, p. 958.
3 Bulaeus, vol.ii. 666.
1 João de Salisbury, ii. 10.
2 Ibid. Metalog. I. 4.
3 Leis de Edward, o Confessor.  ap. Wilkins, vol. 1. P. 310.
4 Matt. Paris, pp. 1007 e 1036.
5 O decreto do Concílio de Latrão menciona outras igrejas além das catedrais. Escolas de Catedrais saxônicas são mencionadas no final do décimo século. – Wilkins, i. 265.
6 Não parece que em primeiro plano algum mestre poderia, entretanto dar uma licença, pelo menos na França, por que isto parece semelhante a um decreto de Alexandre III, que os mestres das escolas das catedrais  reclamavam o privilégio de conceder licenças, e a causa mencionada por João de Salisbury, carta 19, implica um monopólio dentro de um distrito restrito. O chanceler da Universidade de Paris é expressamente permitido por Alexandre a cobrar uma taxa, que também parece dá-lo um monopólio.
1 Matt. Par. Pp. 1007, 1039. Santo Anselmo, Ep. I. 30.
2  Concílio de Londres, A D. 1138.
3 Rescript, p. 2. Ch. 18. Ap. Mansi.
4 As três artes liberais da Idade Média: gramática, retórica e dialética. Nota do tradutor.

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